sexta-feira, 9 de março de 2012

A VIDA DA GENTE




"Ninguém entra num mesmo rio pela segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras."

Foi um filósofo grego que viveu no século V a.C., Heráclito de Éfeso que fez essa formulação que até hoje nos fascina: o fluxo eterno das coisas; é a própria essência do mundo - apontou Heráclito. E, se ainda hoje ficamos espantados com isso é porque nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando, no fundo, que tudo permaneça igual.
Então, é necessário um filósofo da Antiguidade ou um escritor contemporâneo para nos fazer entender que nada é permanente, a não ser a mudança.
Olha só, eu separei aqui um trecho do "Grande Sertão", onde Guimarães Rosa fala um pouco sobre isso. Olha só que beleza: 

"O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando - afinam ou desafinam, - verdade maior é o que a vida me ensinou".
Não é incrível? O filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso: "É o mais bonito da vida", diz Guimarães Rosa. É uma celebração do movimento, não é um lamento.
O tempo não para e isso é belo. Então, na semana que vem nós nos encontraremos aqui e eu serei outro e vocês também."


A novela A Vida da Gente de autoria de Lícia Manzo veio resgatar a importância da Filosofia  como disciplina  curricular. Essa verdade filosófica pode parecer utópica nessa sociedade atual, onde somos valorizados pelo que Temos e não pelo que Somos, mas é uma constataçao que exige maior atenção por parte das instituições educacionais. Transformar o senso comum em senso crítico-filosófico  é a nossa meta enquanto educadores. 
A vida biológica, emocional, orgânica e social de todos os seres humanos, na preparação de sua história, está condicionado pelo tempo. Nada é para sempre e tudo se transforma.


 

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