terça-feira, 10 de setembro de 2013

REVERTÉRIO

Sempre penso na velhice e nos danos que ela nos causa. Pequenos e grandes... Seria muito bom se pudéssemos, num passo de mágica ou numa ótica visionária, mudar esse estado capenga por um glamouroso. Então, vejamos:
que o coração não infarte, mas se farte de paixão;
que o cérebro não sofra um derrame, mas que verta copiosos poemas;
que o tremor das mãos seja de anseios e não do mal de Parkinson;
que os delírios sejam entusiastas e arrebatadores e não do mal de Alzheimer;
que os tropeços não sejam dos pés cansados, mas de um pouco de leviandade;
que a surdez seja, convenientemente, sagaz e que os ouvidos estejam, somente, atentos às escutas e às juras de amor;
que na mudez o silêncio fale mais alto, num grito que ecoa, de paz e felicidade;
que nada escape do nosso corpo e nos constranja, a não ser, o riso solto;
que nada impeça de sonharmos e que os pesadelos sejam fugazes;
que a sede seja saciada com o vinho;
que a fome seja satisfeita, sem restrição;
que as pessoas nos amem sem pudor;
que na primavera, nossos dias sejam floridos;
que no inverno nos aqueçam os carinhos;
que no outono, somente, as folhas caiam;
que no verão, o sol radiante, ilumine nossa alma!
e que nada impeça nossa alegria de continuar a viver!

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