domingo, 13 de maio de 2012

MAMÃE QUERIDA


 
A máquina de costura funcionando, as roupas sendo confeccionadas e em cada ponto costurado o amor seguia junto. Sua voz melodiosa ora cantava um tango, ora uma valsinha, quando não declamava um lindo poema de amor e assim as horas passavam e os vestidos, blusas e saias prontos para deixar contente quem ia usá-los. E eu sempre ao seu lado, brincando, estudando, lendo e muitas vezes incomodando-a com as traquinagens da idade. Uma pausa para espiar na cozinha, suas panelas no fogo, onde a alquimia dos temperos misturava-se com o afeto. O cheirinho inconfundível da comida de mamãe fazia aos vizinhos, água na boca verter. A mesa posta, a prosa solta e a alegria exposta. Quando findava o dia, ela com pressa, aprontava-se toda perfumada a espera de papai. E ele todo orgulhoso, cobria-nos de beijos e nos fazia felizes. E, os dias corriam, quase todos muito iguais, para nossa união a rotina desejada. Mamãe, obrigada por cada ponto costurado, cada canto ecoado, cada poema entoado, cada tempero adicionado e cada beijo dado. Ser sua filha foi uma dádiva divina. Guardarei, eternamente, sua lembrança, seu carinho, sua dedicação e seu amor incondicional, como um tesouro precioso e um exemplo a seguir.

Um comentário:

Sônia disse...

D. Bela também deve ter se emocionado com suas palavras tão lindas. Parabéns, mais uma vez.
Agora, que v. me fez lembrar o Mateuzinho ... ah, isso fez!